segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Retrato do setor de saúde no Brasil


Burocracia das agências reguladoras e corrupção são considerados entraves que mais comprometem a competitividade do setor no País

Uma pesquisa quantitativa realizada com executivos de empresas associadas à Amcham aponta que o setor não está muito confiante na posição do novo governo no que se refere à saúde. Dos 107 entrevistados, 59% não acreditam que haverá mudanças no segmento.

Burocracia das agências reguladoras, corrupção e falta de coordenação entre União, Estados e municípios na atenção a saúde foram considerados os três entraves do setor de saúde que mais comprometem a competitividade brasileira. Por outro lado, os entrevistados consideram a melhoria da eficiência dos órgãos reguladores, a da gestão do orçamento do governo já existente, e o estabelecimento de mais parcerias público-privadas para agilizar e melhorar o setor os três principais aspectos que podem impulsionar a competitividade do setor.

A pesquisa mostra ainda que 86% acreditam que há espaço para crescimento da representatividade do segmento no Brasil. Quando o assunto é turismo de saúde, 72% apostam no desenvolvimento deste negócio, sendo que 38% percebem que este é um mercado potencial que vai muito além da medicina estética.

O estudo teve como base levantar as perspectivas e tendências do setor de saúde no Brasil.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Anvisa admite não haver prazo para veto a emagrecedores


Assunto ainda será discutido e os estudos apresentados contra o banimento serão estudados

Durante audiência pública, entidades médicas e farmacêuticas apresentaram inúmeros estudos que vão contra a intenção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a venda de medicamentos usados para emagrecimento no Brasil.

Segundo o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano, não há prazo para a decisão. O assunto ainda será discutido e os estudos apresentados contra o banimento serão estudados.

A presidente da Associação Brasileira para Estudo de Obesidade (Abeso), Rosana Radominski, acredita que a retirada dos medicamentos trará prejuízo aos pacientes. Segundo ela, remédios podem ser usados, desde que com indicação correta.

O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Ricardo Meirelles, reconheceu que os medicamentos apresentam efeitos colaterais. Mas, de acordo com ele, são em pequena quantidade, diante do tempo da droga no mercado e do grande número de pessoas que fizeram uso da medicação.

Entre as alternativas apresentadas estava o aumento do controle na prescrição - incluindo a restrição das especialidades médicas com direito a fazer esse tipo de recomendação. Desiré Callegari, do Conselho Federal de Medicina, afirmou que a proposta é inviável, pois seria preciso alterar a lei. Para o endocrinologista Márcio Mancini, do HC, o debate foi satisfatório e a Anvisa não deve tomar uma decisão antes de ouvir a classe médica novamente.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

CFM defende protocolo para minimizar negativas de OPME

Especialistas criticaram também os honorários pagos pelos planos de saúde e a falta de assinatura do auditor que negou o pedido

Durante Simpósio das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), promovido pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) na última sexta-feira (11), o Conselho Federal de Medicina (CFM) ressaltou a importância de os médicos elaborarem os protocolos de diagnóstico e terapêutica para respaldar a indicação dos materiais cirúrgicos e minimizar as negativas. De acordo com os especialistas, a falta de justificativas para negativa na autorização de próteses é um dos problemas mais recorrentes.

Também foram alvos de críticas os honorários pagos pelos planos de saúde e a falta de assinatura do auditor que negou o pedido. Além disso, representantes do mercado debateram que atitudes tomar quando é necessário fazer uma cirurgia de emergência e o plano não autoriza.

Os protocolos seriam uma alternativa para tentar evitar negativas. Depois de prontos, eles vão para a aprovação no CFM e na Câmara Técnica da Associação Médica Brasileira (AMB). O texto deve conter as indicações clínicas, os códigos dos procedimentos e a relação mínima de materiais a serem utilizados. Os protocolos serão incluídos na Resolução 1.956/10, do Conselho.

"O gerente geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANS), Antônio Endrigo, informou que em fevereiro ocorreria uma reunião na Agência, no Rio de Janeiro, para definir uma lista de materiais existentes para cirurgias com presenças confirmadas da Unimed e da FenaSaúde, ambas convidadas para o Simpósio e que não compareceram", afirmou a SBACV em comunicado.

Os Protocolos são derivados das Diretrizes clínicas da SBACV. As Diretrizes são as normas de diagnóstico e tratamento, baseadas em estudos científicos, para cada problema da especialidade.

Resolução 1.956/10

Outro ponto bastante debatido pelos médicos durante o evento foi a resolução 1.956/10, do CFM, que afirma que cabe ao médico determinar as características das OPMs e justificá-las clinicamente e que é vedada a indicação de fornecedor ou de marcas exclusivas. "A vedação da marca e do fornecedor exclusivo vai permanecer na resolução. Nós esperamos que as Sociedades de especialidade façam seus protocolos técnicos com bases estritamente científicas. As Sociedades vão poder dizer o que é válido e o que não pode ser aplicado por meio desses protocolos", explicou o representante do CFM Antônio Pinheiro, em comunicado.

O coordenador do Programa de Diretrizes da SBACV (Divas), Aldemar Castro, anunciou que as primeiras Diretrizes estarão disponíveis a partir de março no site da SBACV para consulta pública.

Estiveram presentes ao evento ainda os presidentes das Sociedades Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice), Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), Sociedade Brasileira de Neurorradiologia Diagnóstica Terapêutica (SBNDR), Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e os presidentes das regionais da SBACV.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

HOSPITAL ISRAELITA DO RJ É AMPLIADO E APRESENTA CRESCIMENTO DE 60%

Fundado em 1920 pela Associação Israelita do Rio de Janeiro, o Hospital Israelita Albert Sabin (HIAS), no Rio de Janeiro, cresceu significativamente nos últimos três anos: triplicou sua capacidade em número de leitos e aumentou em 400% seu volume de cirurgias. A explicação está no projeto de crescimento elaborado pela diretoria do hospital, que investiu R$ 12 milhões na ampliação e modernização da sua infraestrutura e em equipamentos.

A antiga recepção para a Rua Lúcio de Mendonça, os 43 leitos iniciais e a estrutura de oito andares levantada e paralisada há cerca de 15 anos ficarão apenas na lembrança. A história do HIAS ganhou capítulos especiais com a ampliação e unificação das edificações. "Construímos uma nova recepção para a Rua Professor Gabizo, finalizamos a obra do antigo prédio e criamos o setor de emergência com 10 unidades de curta permanência", ressalta Marcelo Dibo, Diretor Executivo do HIAS.

Para a ampliação e melhoria da infraestrutura, Dibo garante que foram investidos R$ 8 milhões em obras e mais R$ 4 milhões na aquisição de novos equipamentos, além dos R$ 1,5 milhão já gastos com a ampliação do CTI, que tem agora 19 leitos. O diretor executivo conta que também foram criadas recepções independentes de emergência, internação e informação. "Agora só falta concluir a fachada externa e a área de serviço. A previsão é que até março estejamos com todo o projeto de modernização e ampliação do hospital concluído, como prevemos em 2007", diz Marcelo Dibo.

As melhorias de infraestrutura já começam a dar bons resultados. Dibo revela que antigos médicos voltaram a atender no hospital, que também conta com os especialistas da Rede D'Or, já que o hospital tem parceria com a Rede há 4 anos. Ele diz ainda que foram recuperados alguns convênios da antiga carteira de clientes do HIAS, como a CASSI. Todo o trabalho de recuperação da credibilidade do Hospital Israelita Albert Sabin parece já dar resultados. Dados da coordenação de atendimento mostram que, nos últimos dois anos, o número de atendimentos no HIAS cresceu 60%. "A própria carteira de clientes do hospital movimentou-se naturalmente ao perceber a melhoria da qualidade por conta da demanda espontânea e da qualidade do nosso corpo médico", acredita Dibo, que também atribui a esse crescimento o fato do hospital estar preparado para cirurgias de alta complexidade, como as neurocirurgias e as cirurgias ortopédicas, duas áreas com maior volume de cirurgias atualmente no HIAS.

Para 2011, o diretor executivo do hospital, que hoje atende diversas especialidades, exceto maternidade e cirurgia cardíaca, planeja aumentar o faturamento do Hospital Israelita Albert Sabin em 20%, aumentar o número de atendimentos na emergência em pelo menos 200% (a capacidade é de 5 mil atendimentos por mês e hoje está com 800 atendimentos/mês), além da conquista da acreditação. "Já tivemos uma visita diagnóstica da ONA (Organização Nacional de Acreditação). Nossa meta é conquistar a acreditação entre outubro e dezembro do próximo ano", planeja Marcelo Dibo.

HIAS em números:
- número de leitos: 85
- número de quartos: 44
- número de leitos em CTI: 19
- número de leitos da Unidade de Curta Permanência (Emergência): 10
- número de salas de cirurgias: 05
- número de médicos: 60 médicos
- especialidades atendidas: Todas, exceto maternidade e cirurgia cardíaca
- taxa de ocupação média: 75%

Fonte: SB Comunicações